segunda-feira, 4 de outubro de 2010

TIM


Ação da TIM é preferida no momento; Vivo ganhará terreno


As incertezas que ainda permeiam a finalização das recentes trocas de posições na Vivo e na Oi deixam espaço para as ações da TIM Participações serem as preferidas no curto prazo por analistas que acompanham o setor de telecomunicações no Brasil.
Mas o cenário tende a mudar à medida que as convergências de tecnologias fixas e móveis começarem a mostrar resultados.
Em resumo, aquilo que adiante será uma desvantagem para a TIM hoje coloca a empresa controlada pela Telecom Italia em posição superior. A TIM é a única das grandes do setor listadas em bolsa mais concentrada em celular, segmento que mais cresce na telefonia.
"Apesar de vermos um maior potencial de alta para a Vivo, no curto prazo preferimos a TIM, cujo desempenho dos papéis deve estar mais relacionado à melhora dos resultados do que a Vivo, que deve seguir volátil até o fim de sua integração com a Telesp", escreveu em relatório o analista Luis Azevedo, do Bradesco.
De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a TIM foi a operadora que teve em agosto o maior avanço em número de assinantes de telefonia móvel e participação de mercado.
"O motivo é que outras empresas provavelmente se focam na consolidação de seus ativos, dando à TIM a oportunidade de aumentar sua fatia", apontou o analista James Rivett, do Citi.
No início desta semana, a espanhola Telefónica pagou a primeira parcela da compra da fatia da Portugal Telecom na Vivo, de 4,5 bilhões de euros. A Telefónica pretende unir Vivo e Telesp, concessionária fixa em São Paulo, criando a maior operadora do Brasil em clientes e receita.
Ao mesmo tempo em que saiu da Vivo, a Portugal Telecom acertou sua entrada no capital da Oi, que usará a injeção de capital novo para reduzir sua alavancagem decorrente da aquisição da Brasil Telecom. Como a Telefónica, a Oi será uma operadora integrada com oferta de serviços múltiplos de telecomunicações.
Um terceiro grande grupo de ativos em unificação deverá ser formado por Claro, Embratel e Net, empresas sob controle direto ou indireto do bilionário mexicano Carlos Slim e sua América Móvil.
De acordo com o analista Rafael Andreata, da corretora Planner, a troca de cadeiras no setor deverá acirrar a disputa por mercado em 2011. "Teremos a formação de três grandes grupos, com a TIM ficando meio de lado só com operação móvel. No médio prazo ela perde em escala e integração de pacotes multisserviços."
De sete analistas consultados pela Reuters, todos recomendam "compra" para TIM. Quatro deles dão preferência à companhia em relação às demais do setor no curto prazo.
Os preços-alvo obtidos pela Reuters para a ação preferencial da TIM variam de R$ 6 a R$ 7,10, o que mostra um potencial de valorização entre 10,1 % e 30,3 %, considerando-se o preço de fechamento do papel em 30 de setembro. No ano, a ação da TIM acumula alta de 9,4 %.
Já para o longo prazo, os papéis da Vivo - aposta de analistas como veículo para consolidação dos ativos da Telefónica no Brasil¿ são os escolhidos. Embora a Oi seja um grupo mais consolidado, sua complexa estrutura acionária e governança inspiram menos confiança de analistas.
"Recomendamos tanto Vivo quanto Telesp, a única dúvida sobre esses papéis é a relação de troca que será proposta", disse o analista Alex Pardellas, do Banif, referindo-se à esperada incorporação de uma empresa pela outra. "Em tese você terá a mesma ação, as duas juntas valem muito mais do que separadas e o mercado ainda não precificou as sinergias."
Para as ações da Vivo, seis corretoras indicam "compra" e apenas uma recomenda "venda". Os preços-alvo para as preferenciais vão de R$ 48 a R$ 70, o que indica valorização potencial de 3,9 a 51,5 por cento. Em 2010 até o fim de setembro, a ação preferencial da Vivo exibe queda de 11,5 por cento.
Com a Telesp, que é acompanhada por um universo menor de analistas, os preços-alvo ficam entre R$ 46,50 e R$ 47,50, um potencial de alta de 15,4 % a 17,9 %. A ação da Telesp oscilou pouco no ano até o fim do terceiro trimestre, perdendo 0,15 %.
OI EM DESVANTAGEM
Já a Oi deve ganhar atrativo no longo prazo, mas é desfavorecida agora por alguns fatores: pendente permuta de ações com os acionistas da Brasil Telecom e incertezas sobre a capitalização para entrada da Portugal Telecom. "Além disso, tem a fama de governança corporativa menor do que a de suas concorrentes", disse Andreata, da Planner.
De quatro coberturas de analistas para as ações da Oi, não houve consenso: duas recomendações são de "manutenção", uma de "compra" e outra de "venda".
O analista Rizwan Ali, do Deutsche Bank, disse que executivos da Oi sinalizaram em recente encontro que a operação com Portugal Telecom deve ser concluída no primeiro trimestre de 2011, mas que não esperam adesão expressiva dos acionistas aos planejados aumentos de capital da holding do grupo Tele Norte Leste e da unidade operacional Telemar Norte Leste.
"Acreditamos que a ação (da Oi) ficará de lado até a capitalização sair", escreveu Ali em relatório.
As corretoras consultadas pela Reuters estipulam preços-alvo para a ação preferencial da Oi entre R$ 27,50 e R$ 47, contra R$ 24,20 no encerramento de setembro. Em 2010, o papel tem queda de 27,8 %.

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