Jovem brasileiro usufrui pouco dos celulares
Os jovens brasileiros têm a necessidade de estarem plugados a todo instante e onde quer que estejam. De acordo com o TRU Brasil 2010, estudo anual realizado pela TNS Research International junto a 1,5 mil jovens de 12 a 19 anos, das classes A, B, C e D, em nove regiões metropolitanas brasileiras, oito em cada dez adolescentes brasileiros declaram ter um celular, índice que independe de classe social, sexo ou idade.E se há uma diferença entre as regiões, os números mostram uma incidência ainda maior entre os jovens do Centro-Oeste brasileiro (91%). O levantamento constatou, ainda, que apesar da constante evolução dos aparelhos, a maioria dos entrevistados utiliza apenas suas funções básicas.
Nesse sentido, destaca o estudo, três em cada dez jovens falam com amigos e familiares pelo menos uma vez ao dia, por meio de voz ou mensagens de texto – frequência que cai significativamente quando se analisam funções como fotos, vídeos e acesso à internet.
Se os adolescentes apreciam tanto a condição multifacetária do celular, o que os faz continuar utilizando o aparelho predominantemente para fazer ligações? A resposta é simples: a maioria esmagadora está atrelada ao plano pré-pago. Assim, geralmente não podem fazer uso da internet ou baixar músicas sem que seus créditos se esvaziem rapidamente. E mesmo que pudessem, apenas 1% dos jovens pesquisados possui um smartphone, que permite o uso de facilidades como acesso à web e aos e-mails.
O levantamento apura ainda que as classes altas e os jovens de 18 e 19 anos – que têm maior poder aquisitivo – utilizem os recursos extras do aparelho celular mais que as classes mais baixas e os adolescentes de 12 a 15 anos, mesmo porque atividades como acessar a internet ou usar sites de buscas normalmente são pagas e exigem recursos mais sofisticados que só os aparelhos mais caros oferecem.
“Embora incipiente, essa é uma tendência inevitável que acontecerá daqui a alguns anos, quando operadoras e aparelhos mais acessíveis facilitarem a inclusão do restante dos jovens nessa onda”, diz Jorge Kodja, diretor da TNS Research International e responsável pelo estudo no Brasil.
De acordo com o executivo, o celular não é utilizado por esse grupo da população como meio de informação. “Apenas 4% dos jovens brasileiros optam pela utilização do aparelho como forma de mídia para se atualizar sobre o que acontece no mundo”, ressalta. Para essa finalidade, explica, 60% dos entrevistados preferem os sites de relacionamento, como Orkut, Facebook e MySpace, acessando-os via PC.
Entre os diversos itens tecnológicos apontados na pesquisa, o celular é o mais desejado por 55% dos adolescentes, seguido de câmera digital (sem fita VHS/Mini VHS) (26%), computador (25%) e videogame (PS, Xbox e Nintendo).
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